Precisamos do amor


Em tempos como este vale-nos o amor. Precisamos dele. Mesmo que isso signifique afastamento, passar semanas sem ver a família, os amigos, os colegas de trabalho ou do ginásio. Mesmo que isso signifique não brincarmos com as crianças da nossa família nem visitarmos os nossos avós. Mesmo que isso signifique vermos pessoas através de um vidro ou pela janela, ou pelas redes sociais ou videochamadas. É uma forma nova de personificar o amor. De lhe dar corpo, expressão e sentido, mesmo sem toque físico, sem abraço e sem beijinho. 
E todos sabemos como precisamos desse toque, desse gesto, dessa mão que nos toca no ombro, que nos segura a mão, que nos ampara. Desse abraço que nos protege e nos fortalece, que nos dá abrigo e calor ao coração. Precisamos disso. Somos dos afectos, é difícil fugir a isso. Mas em tempos como este percebemos como nos adaptamos, como damos lugar a novas formas de personificar o amor. 
Precisamos do amor. E é ele que nos vai fazer sair daqui, deste lugar estranho e desconfortável em que todos nos encontramos. E sair em bom. Sair com a certeza de que somos comunidade, somos de mãos dadas, somos família. E depois, quando o vendaval passar e a poeira assentar, podemos distribuir uns pelos outros tudo o que agora guardamos no nosso coração (ou que vamos enviando virtualmente). As mãos dadas. Os toques. As festinhas. Os beijinhos. Os abraços. O amor físico, que ajuda a dar sustento ao amor maior que todos sentimos. Mas que já assim, nestas condições, se faz pleno.
Precisamos do amor. E não há como fugir dele. 

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